Após 10 álbuns de estúdio, dois ao vivo e mais de 100 músicas para aniversário de 20 anos, era de se esperar alguma coletânea, dessas que pulam por aí, mas LACRIMOSA surpreende ao mundo com o álbum duplo "Schattenspiel" (Jogos das Sombras em português) que contem 15 gravações não relançadas, versões originais de clássicos como “Seele in Not”, “Requiem”, “Seelenübertritt” e “Schuld Und Sühne”. E como se isso fosse pouco, eles acrescentaram duas novas músicas, compostas para este álbum comemorativo.
Mas antes de eu dar uma olhada nesse "Schattenspiel", devemos descobrir o que significa este aniversário. Em primeiro lugar, festejar 20 anos de carreira não é normal. E este aniversário se torna ainda mais extraordinário se temos em conta que em todos esses anos Lacrimosa nunca assinou um contrato com uma gravadora major! É que, não é o sucesso comercial, se não liberdade artística a prioridade número um da banda. E apesar da falta de apoio da grande mídia ou dos grandes da indústria da música, LACRIMOSA atingiu vários Top 10 nas paradas de vários países e é um dos mais bem sucedidos artistas alemães.

Sem esquecer que vários artistas de rock, pop e / ou música clássica tem a LACRIMOSA a sua fonte de inspiração. Assim, o duo formado pelo alemão Tilo Wolff e a finlandesa Anne Nurmi tornou-se co-fundador de estilos musicais como Symphonic Rock e Gothic Metal.
E agora vamos falar sobre o álbum do vigésimo aniversário. Em "Schattenspiel", LACRIMOSA começa apresentando os primeiros, e até agora inéditos, passos musicais que remetem ao ano de 1990. Eles abrem seus arquivos privados com gravações exclusivas dos anos seguintes e terminam a viagem com novas produções.
E o que vamos ouvir no álbum? Gravações mais que excepcionais! E isso pode ser a explicação do título do álbum. Porque, quem tivesse pensado que a banda que é conhecida como uma banda de rock, tinha começado a sua carreira com faixas eletrônicas como "Schuld und Sühne" e "Seelenübertritt" (ambos de 1997)? [...]
A versão original de "Schakal" (1994) me surpreendeu completamente! A música, oficialmente lançada no mesmo ano, é conhecida como uma das primeiras canções de Gothic Metal, já que esta versão não se parece a nada já visto! Os elementos clássicos [...] podem ser percebidos nas guitarras que parecem inspiradas pelo punk rock e pela bateria com raízes eletrônicas! Esta combinação, certamente você precisa se acostumar, é exatamente o que o torna muito charmoso. Por isso, este álbum, é muito mais que um Jogo de Sombras (Schattenspiel) como você pode ver em "Mantiquor" (2005): de um lado há um parentesco claro com clássicos como "Ich bin der brennende Komet" ou "Kelch der Liebe", mas ainda tem um toque que é bastante agradável e, portanto, estranho. Conhecer uma composição como essa é como um choque e uma grande alegria, ao mesmo tempo.
É especialmente digno de mencionar, as novas músicas “Sellador” e "Ohne Dich ist alles nichts”, que são totalmente opostos. Enquanto o primeiro revive as raízes eletrônicas da banda e os combina com elementos clássicos do rock, recusando-se a usar a amada lírica poética, característica essencial de LACRIMOSA durante os últimos 20 anos; a segunda nos traz fortes e grandes emoções em um musical de primeira classe e com qualidade artesanal, já conhecida nesta polêmica, mas sempre coerente banda.
Afinal de contas "Schattenspiel" é uma compilação informativa e comovente que impressiona com a sua coragem de não ser o melhor álbum, mas uma visão íntima de um fascinante mundo musical que não pode ser comparado a nada.
Escrito por: Friedrich Thomas Häusler
OBS: O texto postado no blog foi uma tradução do alemão. Quem quiser conferir o texto original é só clicar no nome do autor que você será redirecionado para a página que o mesmo foi postado.
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